Você pode fazer uma contribuição através do sistema PagSeguro:
ou por depósito direta na nossa conta bancária:
Banco 237 – Bradesco
Agência 6575-7 – Bour.Shop.Wallig-UPA
Conta Corrente 3740-0
Associação Comunidade Soto Zen Budista Zendo Sul
CNPJ 13.490.319/0001-94
Telefone: (54) 99697-7476
Ao efetuar algum depósito, envie uma mensagem para nos, informando o valor depositado, a data e o número de controle, para a nossa contabilidade.
Muito obrigada! Gassho
Nos dias 13 a 15 do mês de julho ou de agosto (dependendo do região no Japão), reúnem-se as famílias para a celebração do “Obon ” (お盆). É um período de feriado nacional, quando todos procuram viajar até o local de seus ancestrais, para visitar o túmulo da família e participar da cerimônia religiosa de Sejiki-e (Alimentar os Espíritos).
Os monges budistas visitam as casas, fazendo leitura de sutras em frente do altar da família, que está especialmente montado para este período, num convites aos ancestrais para uma “visita” durante os três dias.
Há um tipo de dança, chamado Bon O-dori (盆踊り), que é dançado para “dizer” para os ancestrais “não se preocupem conosco, estamos bem; estão vendo? estamos dançando, não se preocupem, fiquem em paz”. Não importa saber dançar ou não – todos se divertem!
Por volta do dia 2 de novembro, Dia de Finados no Brasil, realizamos outra cerimônia – Obon Brasileiro – novamente lembrando, agradecendo e desejando o bem-estar dos nossos ancestrais e entes queridos falecidos.
. Leia a Sutra Ullambana, que conta a estória que deu origem a esta cerimônia.
No dia 17 de agosto, realizamos a Cerimônia de Obon, seguida pelo Bon-odori ( dança tradicional de Obon). Apesar da chuva, que afastou vários praticantes, tivemos a oportunidade de lembrar nossos antepassados e entes queridos falecidos. Mais ainda, fomos honrados com a presença da Fujinkai de Porto Alegre que nos apresentou a dança Bon-odori. Por fim, tivemos o prazer de participar desta dança tradicional japonesa.
Domingo, dia 17 de agosto, às 16:30 hs, realizaremos a nossa cerimônia de Obon no nosso local regular de prática, o Espaço Dojinmon. Depois, teremos a alegria de assistir e participar da dança típica deste período festivo japonês – Bon-odori. Vamos ter a honra de receber o grupo de dança Japonesa ‘Fujinkai de Porto Alegre’, que além da apresentação, nos ensinará esta dança.
Venham todos, e tragam seus amigos, para este oportunidade especial de conhecer um pouco da cultura japonesa.
Festival Obon (Dia de Finados)
Fonte/autor: Fabrício Yutaka Fujikawa
Data: 02/11/2007
O Festival Obon (feriado de Finados) compreende 3 dias em homenagem aos antepassados, de 13 a 15 de agosto, ou de 13 a 15 de julho, variando de acordo com a região do Japão. Nos últimos anos, as comemorações têm predominado em agosto, para coincidir com o período das férias de verão.
Nas residências, as crianças acendem incensos e brincam animadas, enquanto os mais velhos mostram um respeito maior e se reúnem para fazer oferendas, com flores, água e flores de lótus, frente a um altar (montado nas residências, chamado de butsudan) cheio de comida, para que os antepassados se sintam em casa durante esses dias.
Além das orações nos templos e altares familiares, muitas lanternas (chouchin) são acesas para guiar os espíritos em seu retorno para casa, e é por isso que também é chamado de Festival das Lanternas. Por todo o Japão, ao anoitecer promove-se o Bon Odori, a dança para confortar e entreter os seus ancestrais. Terminada a estação do Bon, acredita-se, os espíritos retornam para os seus lugares.
Origem e lenda
Comemorado há mais de 500 anos, o Festival Obon é originário do budismo chinês, com intenção de salvar os mortos que não conseguem desencarnar. Transmitido ao Japão, tornou-se um em evento para cultuar a memória dos antepassados.
A marca registrada do Festival Obon é uma dança folclórica, de participação coletiva e popular, chamada Bon Odori. Uma lenda contada no Sutra Ullambana (Urabon-kyô fala de um monge zen, chamado Mokuen, que se destacava dos demais por ter uma poderosa visão transcedental. Ele se concentrava e, assim, seu espírito tanto podia viajar por mundos desconhecidos como ter a visão do que estava acontecendo em qualquer dimensão.
Pouco tempo depois que sua mãe faleceu, ele resolveu usar o seu poder para ver em qual plano astral estava o espírito dela. Como ela era uma pessoa muito bondosa, Mokuen imaginou que ela estivesse no Nirvana, onde se encontra Buda. Surpreso, descobriu que sua mãe renascera na dimensão dos Gaki (demônios famintos). Os seres que habitam esse mundo são esfomeados e sofrem de eterna sede. Ao ver sua amada mãe naquela situação de penúria, Mokuen — que tinha o dom de fazer viagem astral — levou comida para ela. Porém, um fato inesperado aconteceu e aumentou o sofrimento de Mokuen – cada vez que a mãe colocava um pouco de comida, o alimento se transformava em fogo e queimava sua boca.
Durante uma oração prolongada, Mokuen pediu a Buda que ajudasse a aliviar a dor e o sofrimento de sua mãe. Buda, então, aconselhou-o a, no dia 15 de julho, manter todos os monges da localidade enclausurados dentro de um grande mosteiro, para que eles ficassem pelo menos por um dia sem pisar nos pequenos insetos e nas flores.
No dia combinado, Mokuen chamou todos os monges da região para o grande mosteiro, dizendo que lhes ofereceria um banquete em homenagem à sua falecida mãe. Foi feita tanta comida que os monges passaram o dia inteiro comendo, bebendo e cantando, e ninguém se lembrou de sair do mosteiro. Quando o dia terminou, o espírito de sua mãe apareceu para ele transformada em um ser do 6º Plano Astral. Ela estava iluminada e tão leve que chegava a flutuar.
Ao ver sua mãe iluminada e flutuando como um chouchin (lanterna japonesa) ao vento, Mokuen ficou tão feliz que começou a dançar de alegria.
Os monges, que estavam alegres de tanto comer e beber, gostaram da dança de Mokuen e saíram dançando atrás dele. Acabaram por formar uma grande roda, simbolizando o círculo da felicidade. Assim surgiu o bon odori, como dança que faz homenagem ao espírito de pessoas falecidas.
Lanternas de Papel (Chouchin)
Além da dança folclória, o Toro Nagashi — lançamento de lanternas de papel (chouchin) em rios para iluminar o caminho de retorno para as almas — é cerimônia marcante do Festival Obon.
A chouchin é feita de armação de bambu (de formato variado) coberta de papel ou de seda. Originalmente, era uma espécie de lanterna em que se colocava uma vela acesa em seu interior e era carregada na mão quando se saía à noite.
Nos dias de hoje, devidamente adaptados às lâmpadas elétricas, as chouchin são largamente usadas em ocasiões festivas.
No Brasil
O Bon Odori tornou-se uma dança típica nas festas da comunidade nipo-brasileira, gerando até mesmo comemorações derivadas, com destaque para o Matsuri Dance, que encanta cada vez mais os jovens do Paraná.
No dia 2 de novembro, Dia de Finados, numa adaptação à cultura e feriados brasileiros, realiza-se a cerimônia memorial – Obon Brasileiro – lembrando, agradecendo e desejando o bem-estar dos nossos ancestrais e entes queridos falecidos.
Uma vez por mês (veja a programação), temos o encontro do Grupo de Baika da Sanga Águas da Compaixão, sob a orientação da Monja Isshin, que recebeu treinamento nesta prática budista durante sua formação monástica no Japão.
Os encontros estão abertos a todos os interessados, sem discriminação de credo religioso ou de habilidade musical.
Todo ano, geralmente no mês de junho, recebemos a visita de um Professor-Mestre de Baika, vindo do Japão, enviado pela sede da nossa escola, para ministrar palestra e oficina de baika.
Contribuição: R$10,00. (questões financeiras, fale com um dos monitores)
Inscrições: aguasdacompaixao [arroba] gmail [ponto] com Local: Jisui Zendô (Zendô Águas da Compaixão)
Rua Eliziário Goulart da Silva, 93 (antiga Rua Vista Alegre)
bairro Cristo Redentor (atrás do Hospital Cristo Redentor, bem próximo à Avenida Assis Brasil)
Veja as mãos das ruas para chegar de carro no Google Maps:
. Ler, mais abaixo, depois dos vídeos: “Mas o que é a Baika?”
Mas o que é a Baika? Utilizando o canto, acompanhado de dois instrumentos relativamente simples, a Baika não é um coral, tampouco se preocupa com afinação e qualidade de voz, pois isso vem com o tempo. O que interessa nessa prática, como em todas as práticas budistas, é a sinceridade do esforço.
Baika significa “ameixa”, fazendo referência à flor da ameixeira que floresce no mais frio do inverno. Também é chamada de Goeika, originada das “Canções dos Peregrinos”, devido aos caminhos de peregrinação, no Japão, que passam por vários mosteiros e templos budistas. Muitos praticantes ainda fazem esse percurso a pé e, segundo a tradição de aproximadamente 1100 anos, a cada templo que se chega, há instrumentos à disposição para que seja entoado o hino daquele templo, antes de seguir a caminhada para o próximo.
A prática de Música Zen Budista permite a qualquer praticante entrar no mundo da expressão musical através da plena atenção e harmonização com o grupo. A abordagem do “treino” difere bastante daquilo que conhecemos como “ensaio” de música ocidental, seja no contexto secular, seja no contexto religioso ocidental. É prática Zen. As músicas entoadas na Baika baseiam-se no canto de poemas budistas, homenagens a grandes mestres, ensinamentos Zen e outros, acompanhadas do som de um sininho e uma pequena chapinha de metal que é tocada com um martelinho.
No grupo formado na Sanga Águas da Compaixão, inicialmente, cantaremos as músicas em japonês, enquanto estamos aprendendo o espírito da prática. Esperamos que, com o tempo, possamos desenvolver a nossa própria prática de Baika brasileira, com as nossas próprias músicas e/ou poemas em português.
No Japão essa prática é tão popular que há encontros regionais e nacionais. Esse último chega a lotar um estádio de futebol.
Todo ano, recebemos a visita de um professor-mestre de Baika, enviado ao Brasil pela sede japonesa da nossa tradição (Soto Shu Shumucho em Tokyo), para ministrar aulas nos vários grupos existentes no país – uma vez que esta prática está bastante difundida na colônia japonesa.
“Apresentações de goeika (ou Baika) são comuns nas celebrações de “Obon”; cerimônias marcando o nascimento, iluminação e parinirvana de Buda (Tanjo-e, Jodo-e e Nehan-e) e cerimônias em honra dos fundadores de templos. Freqüentemente os poemas falam dos sofrimentos e prazeres da vida comum. Ao praticar o goeika, deve-se manter o coração o mais livre possível das distrações, dos pensamentos e apegos.” – texto traduzido por Monja Isshin, do Rinnou Net – Official Site for the joint council for Japanese Rinzai and Obaku Zen / What Is Zen? / Music – http://zen.rinnou.net/whats_zen/music.html
Cerimônias Especiais:
Finalmente, cerimônias budistas da nossa tradição social – como batizado de crianças, casamento e serviço memorial – podem ser agendadas com a Monja Isshin.
A Prática do Cerimonial Soto Zen Budista, nos permite, através do canto dos sutras em grupo e o treinamento nas várias posições do Cerimonial, não somente estudar os ensinamentos essenciais da escola Soto Zen como também praticar a plena atenção e a harmonia com o grupo em atividade.
dezembro:
. Jôdô-e (Cerimônia da Iluminação do Buda)
Finalmente, cerimônias da nossa tradição social – como batizado de criança, casamento e serviço memorial – podem ser agendadas com a Monja Isshin.
Local de Prática: Jisui Zendô (Zendô Águas da Compaixão)
Rua Eliziário Goulart da Silva, 93 (antiga Rua Vista Alegre)
bairro Cristo Redentor (atrás do Hospital Cristo Redentor, bem próximo à Avenida Assis Brasil)
Veja as mãos das ruas para chegar de carro no Google Maps:
Esta sutra Mahayana conta a estória que deu origem à Cerimônia de Obon:
Uma vez, o Buda, estando nos jardins de Jetavana, assim disse: Mahamaudgalyayana, que tinha seis qualidades sobrenaturais, sentia grande desejo de manifestar sua gratidão e transferir seus méritos a seus pais para que eles viessem a renascer na Terra e, assim, poder reencontrá-los.
Espírito Faminto
Sua mãe estava encarnada no Reino dos Fantasmas Famintos, muito enfraquecida, com a pele colada aos ossos, procurando por alimentos. Mahamaudgalyayana, ao ver o sofrimento de sua mãe, ficou muito triste e, para aliviá-la, encheu sua tigela com arroz e ofereceu a ela. Com a mão esquerda, ela encobria a tigela e, com a direita, levava bolotas de arroz à boca que se convertiam em pedaços de carvão. Mahamaudgalyayana, vendo ainda seu sofrimento, se pôs a gritar e, chorando, correu ao Buda para contar-lhe sobre sua visão e o que estava acontecendo à sua mãe.
O Buda, então, disse a Mahamaudgalyayana que sua mãe havia cometido um grande pecado e que ele nada poderia fazer com seus poderes para ajudá-la.
A força de seu amor filial se tornou tão conhecida que alcançou o Reino dos Seres Celestiais e outros reinos que nada podiam fazer para ajudá-lo a aliviar a aflição de sua mãe. O Buda, então, disse que se Mahamaudgalyayana quisesse ajudar a salvá-la, deveria pedir à Sangha das Dez Direções que, com seus méritos, fizesse algo para salvá-la, liberando-a de seus erros e sofrimentos. Naquela época, durante a estação das chuvas, os monges permaneciam no templo e, na lua cheia do sétimo mês, a Sangha das Dez Direções se reunia para realizar a Cerimônia de Confissão de seus erros passados. Os discípulos vinham então ao templo para doar comida, frutas, óleo para as lamparinas, roupas e utensílios, pedindo aos monges que, com seus méritos, salvassem seus pais das sete últimas gerações, incluindo os da presente vida.
Nesses dias, todos os Seres Iluminados e monges caminhavam ou meditavam sob as árvores cheios dos seis poderes sobrenaturais.
Os Bodhisattvas da mais alta esfera se manifestavam em forma de monges entre a congregação e, pelos méritos das oferendas feitas pelos discípulos, as sete gerações de seus pais se salvavam deixando de renascer nos Três Reinos Inferiores. Os pais da vida presente salvavam-se, acumulando muitos méritos, prolongando suas vidas, e os pais das gerações passadas renasciam nos céus desfrutando infinita alegria.
O Buda disse que antes de receber as doações, os monges deveriam abençoar os discípulos e, assim, ajudar seus antepassados.
Disse, ainda, que os alimentos recebidos deveriam ser oferecidos numa estupa ou num altar durante a recitação de mantras sagrados, abençoando-os para, só depois, consumi-los.
Ao ouvir os ensinamentos do Buda, todos os monges, Bodhisattvas e discípulos se encheram de alegria. Toda a angústia de Mahamaudgalyayana teve fim e sua mãe foi liberada de todo o sofrimento vivido no Reino dos Fantasmas Famintos.
Então, Mahamaudgalyayana indagou ao Buda se, para ajudar as sete gerações passadas, seus discípulos poderiam realizar sempre a mesma Cerimônia, como fora por ele ensinado, pois seus pais e toda a Sangha tinham sido beneficiados pelas bênçãos da Jóia Tríplice.
O Buda se admirou da pressa de Mahamaudgalyayana e disse-lhe como deveriam proceder: “Bons monges, os bhikshu, bhikshuni, reis, príncipes, governantes e pessoas do povo que quiserem manifestar gratidão a seus antepassados devem realizar a mesma Cerimônia na lua cheia do sétimo mês, oferecendo alimentos aos monges, obtendo, assim, os méritos da Sangha das Dez Direções em favor de suas sete gerações passadas. Isso, para que os pais da vida presente tenham longa vida, sem enfermidades e aflições, e para que os pais de sete gerações passadas possam se livrar dos sofrimentos do Reino dos Fantasmas Famintos e renascer nos céus onde poderão gozar de alegria e méritos infinitos.”
O Buda disse a todos: “Honrados homens e mulheres, lembrem-se, sempre cheios de gratidão, da bondade de seus pais de sete gerações e, na lua cheia do sétimo mês de cada ano, façam oferendas ao Buda e à Sangha para retribuir com gratidão os sacrifícios feitos pelos seus antepassados.”
Assim, Mahamaudgalyayana e as quatro categorias de discípulos (bhikshu, bhikshuni, upasaka e upasika) se encheram de alegria e de felicidade.