As Raízes do Romantismo Budista
por
Thanissaro Bhikkhu
Parte 2 (de 8 )
Assim como os chineses tinham o Taoísmo como o seu portal do dharma – a tradição local que fornecia conceitos que ajudavam a compreender o dharma – nós no Ocidente temos no Romantismo a nossa fonte. A experiência chinesa com portões do dharma, no entanto, contém uma importante lição que muitas vezes é negligenciada. Depois de três séculos de interesse nos ensinamentos budistas, os chineses começaram a compreender que o budismo e o taoísmo faziam perguntas diferentes. Na medida em que reconheceram estas diferenças, passaram a usar as idéias budistas para questionar suas pressuposições taoístas. Foi assim que o budismo, em vez de se transformar em uma gota no mar taoísta, foi capaz de injetar algo verdadeiramente novo na cultura chinesa. A questão aqui no Ocidente é se vamos aprender com o exemplo dos chineses e começar a usar as idéias budistas para questionar o nosso portal do dharma, para ver exatamente até que ponto vão as semelhanças entre o portal e o verdadeiro dharma. Se não o fizermos, corremos o perigo de confundir o portal com o dharma em si, e de nunca passar por ele para o outro lado.
Tomados de maneira ampla, o romantismo e o dharma vêem a vida espiritual sob uma luz semalhante. Ambos consideram a religião como um produto da atividade humana ao invés de uma intervenção divina. Ambos consideram a essência da religião como experiencial e pragmática, e o seu papel como sendo terapêutico, visando a cura das doenças da mente humana. Mas se você examina as raízes históricas de ambas as tradições, percebe que elas divergem fortemente não apenas sobre a natureza da experiência religiosa como também sobre a natureza das doenças mentais que podem ser tratadas, bem como sobre a natureza do que significa ser curado.
Estas diferenças não são apenas curiosidades históricas. Elas moldam os pressupostos que os meditadores trazem para a prática. Mesmo quando totalmente presente, a mente traz consigo seus pressupostos anteriores, utilizando-os para julgar quais experiências devem ser – ou não – valorizadas. Esta é uma das implicações da doutrina budista do carma. Na medida em que estes pressupostos permanecem sem investigação, eles detêm um poder desconhecido. Assim, para quebrar esse poder, precisamos examinar as raízes do Romantismo Budista, ou seja, a forma como o dharma é visto através do portal romântico. E para combinar esse exame com as idéias budistas de causalidade, é preciso olhar para as suas raízes em duas direções: no passado, para a origem das idéias românticas; e no presente, para as condições que mantêm as idéias românticas atraentes no aqui e agora.
. continuar lendo Parte 3
junho 25, 2010 às 8:30 pm
[…] continuar lendo: Parte 2 […]
CurtirCurtir
julho 2, 2010 às 11:21 pm
[…] As Raízes do Romanti… em As Raízes do Romantismo Budist…EGUINALDO PAIVA em As Raízes do Romantismo Budist…monjaisshin em Sesshin (Retiro […]
CurtirCurtir
julho 10, 2010 às 4:09 pm
[…] As Raízes do Romanti… em As Raízes do Romantismo Budist…As Raízes do Romanti… em As Raízes do Romantismo […]
CurtirCurtir
julho 16, 2010 às 1:01 am
[…] do Romanti… em As Raízes do Romantismo Budist…As Raízes do Romanti… em As Raízes do Romantismo Budist…As Raízes do Romanti… em As Raízes do Romantismo Budist…As Raízes do […]
CurtirCurtir