Gakudo Yojin-shu
Pontos a observar no Estudo do Caminho
Introdução por Monja Coen e Parte 1. A necessidade de despertar para a Mente-Bodhi
Parte 2: A necessidade de treinar ao encontrar o Verdadeiro Darma
Parte 3: A necessidade de penetrar o Caminho através da prática constante
Parte 4: A necessidade da prática não egoísta do Caminho ou “Não pratique os ensinamentos de Buda com a idéia de ganho”
Parte 5: A necessidade de procurar um verdadeiro Mestre
Parte 6: O que você deve saber para a prática do Zen
7. A necessidade do treinamento Zen na prática do Darma de Buda
O Darma de Buda é insuperável entre os vários caminhos. É por essa razão que muitas pessoas o seguem. Durante a vida do Tathagata havia apenas um ensinamento e um mestre. O Grande Mestre Xaquiamuni, sozinho, conduziu todos os seres com sua Suprema Sabedoria. A partir da transmissão do Olho Tesouro da Lei Verdadeira (Shobogenzo) ao Venerável Mahakasyapa (Makakasho), vinte e oito gerações na Índia, seis gerações na China e sucessivos ancestrais das Cinco Escolas do Zen[1] diretamente continuaram essa transmissão ininterrupta. Desde a era P’u-t’ung (Jap. Ryokai, 520-526), no estado chinês de Liang, todos que se destacaram como pessoas de valor, tanto monges como nobres, sempre respeitaram e homenagearam o Darma de Buda.
A verdadeira excelência (do verdadeiro Darma) só pode ser amada por aqueles capazes de amar a excelência (do verdadeiro Darma).
Não se deve amar os dragões como o fazia Yeh-kung (Jap. Sekko)[2]. Em algumas áreas ao leste da China, uma rede estrutural de Budismo escolástico estendeu-se sobre os mares e as montanhas. Entretanto, apesar de se espalhar sobre as montanhas, não contém o coração das nuvens. Embora estendido sobre os mares seca o coração das ondas. Os tolos se identificam com esse tipo de ensinamento. Ficam tão fascinados como quem brincasse com um olho de peixe acreditando ter nas mãos uma pérola, ou cuidasse de uma pedra comum do monte Yan como se fosse uma jóia preciosa. Muitas pessoas se arruinaram, caindo na armadilha de demônios. Que lamentável!
Em localidades remotas, como essa, os ventos dos ensinamentos falsos sopram livremente sendo difícil divulgar o Verdadeiro Darma.
Embora a China já tenha obtido refúgio no Verdadeiro Ensinamento de Buda, por que, então, ele não se difundiu em nossa terra ou na Coréia?
Na Coréia, pelo menos o nome do Verdadeiro Darma pode ser ouvido. Em nosso país, até isso é impossível. Por que? A razão é que muitos dos professores do passado que viajavam á China aderiram à trama dos ensinamentos escolásticos que, embora tenha transmitido muitos textos Budistas, esqueceu-se da essência do Darma de Buda. Qual o mérito disto? No final resulta em nada. E tudo porque eles não conhecem a essência do estudo do Caminho. Que lamentável! Desperdiçaram suas vidas num árduo trabalho infrutífero.
Ao entrar, pela primeira vez, o portal do Darma e iniciar o estudo do Caminho, ouça, simplesmente, os ensinamentos de um mestre Zen e treine de acordo com as instruções recebidas. Há algo que você perceberá no devido tempo. Está ecrito no Sutra: o Darma gira o eu e o eu gira o Darma. Quando o eu gira o Darma, o eu fica forte e o Darma, fraco. Quando o Darma gira o eu o Darma é forte e o eu, fraco. Esses dois aspectos do Darma de Buda existem desde o princípio. Mas eles só têm sido conhecido por aqueles que receberam a transmissão autêntica. Sem um bom mestre é impossível, até mesmo, ouvir os nomes desses dois aspectos.
Quem desconhece esta entrada não pode nunca estudar o verdadeiro Darma. Como poderiam diferenciar o certo do errado?
Aqueles que praticam o verdadeiro Zen através do estudo do Caminho naturalmente transmitem o significado desses opostos. É por isso que não há erros na transmissão. Outras escolas não fazem assim. É impossível compreender o verdadeiro Caminho sem praticar o Zen.
[1] As vinte e oito gerações na Índia se iniciam com o chefe dos discípulos de Xaquiamuni Buda, Mahakasyapa (Makakasho em japonês) e vai até Bodidarma.
As seis gerações na China se referem cronologicamente a Bodidarma, Hui-ko, Seng-tsan, Tao-hsin, Hung-jen e Hui-neng em japonês Bodaidaruma, Eka, Sosan, Doshin, Konin e Eno).
Os Ancestrais das Cinco Escolas Zen são Yun-men, Wei-yen, Tsào-tung, Lin-chi e Fa-yen (Escola Unmon, Escola Igen, Escola Soto, Escola Rinzai, e Escola Hogen).
[2] O legendário Yeh-kung gostava muito de esculturas e pinturas de dragões, algumas que ele memo fazia. Certa feita um dragão de verdade apareceu em sua sala e ele desmaiou de medo.
(a continuar)
Tradução: Grupo de Estudos do Templo Busshinji, revisada pela Monja Coen,
baseada nas versões em inglês nos livros:
Zen is Eternal Life, de Rôshi Jiyu Kennett,
Moon in a Dewdrop, editado por Kazuaki Tanahashi
Zen Master Dogen, An introduction with selected writings, de Prof. Yuho Yokoi e Daisen Victoria
outubro 31, 2009 às 1:09 pm
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