
Foto: Brahmakumaris.org
O membro-praticante da Sanga Frederico Blanco de Miranda compartilhou conosco, no nosso grupo de WhatsApp, a seguinte reflexão:
No espírito de fazer relatos sobre a prática, gostaria de compartilhar uma ou duas coisas sobre a minha.
Hoje eu acordei cedo, lá pelas 6h, e sentei em zazen 30 min, antes de me arrumar e sair para o trabalho. Não é sempre que tenho feito isso. A única coisa constante na minha prática é a intenção e o esforço. E não é nada fácil, como todos sabem. Mas continuo tentando.
Apesar de tudo, hoje tive um zazen muito bom, como poucas vezes tive (se é que alguma vez tive um zazen assim). Pela primeira vez, após muitas “sentadas” (rs), pude perceber minha respiração, de fato. Não que das outras vezes não sentisse que estivesse respirando, mas a questão é que pude experimentar minha respiração completamente.
A metáfora que me vem em mente é dizer que senti a respiração “cheia”. E, concomitantemente a essa vivência da respiração, pude perceber de uma forma mais clara os meus pensamentos.
Não o conteúdo dos pensamentos, mas a forma como eles surgiam diante de mim. Isso foi possível porque não perdi o foco da respiração. Mesmo “vendo” muitos pensamentos na minha frente, como que em um filme, pude manter uma distância entre eles e eu.
Essa experiência foi muito boa. Na verdade, a sensação era como se tivesse se formado um “círculo” em torno do meu corpo onde os pensamentos flutuavam ao redor. Um círculo que ia se ampliando, mas se estabilizou em um ponto.
Eu sei que parece meio estranho, mas é uma forma que encontrei para descrever a sensação. Talvez o ponto central seja o fato de perceber com maior clareza o espaço entre eu (meu corpo) e os pensamentos. A sensação era como se os pensamentos estivessem do lado de fora do meu corpo, mas dentro do “círculo” ao redor.
O que ficou disso tudo é a sensação da respiração “cheia”, profunda, como uma base que me mantinha fixo, não permitindo que fosse levado pelos pensamentos.
Essa experiência surgiu do nada. Eu apenas sentei e aconteceu.
Apesar disso, não se repetiu no zazen de hoje a noite que fiz. Isso mostra que muito dessa minha descrição é parte de uma experiência bem superficial ainda